
Os anos passaram, o tráfego automóvel é muitíssimo maior... e a balda é mais que muita. Institui-se a BUGA como meio de transporte previlegiado numa cidade igualmente previlegiada para bicicleta. Considerou-se a construção de uma ciclovia interna (pelo menos há uma amostra na avenida e outra ao pé da universidade) onde num caso até dispõe de semáforos apropriados para o efeito. Porém, foi chão que não deu uvas... ou por outra: deu passas... Incompreensívelmente, as placas de matrícula já não são obrigatórias e a dita "carta de bicicleta" (que raio é isso??) é algo estranhíssimo para as gerações mais recentes.
O resultado está mais do que à vista: as bicicletas invadiram os passeios, circulam em sentido contrário, atravessam-se impunemente à frente de quem quer que seja, existe uma total indiferença pelos semáforos, etc...
Até podemos ter sido pioneiros nesta forma de estar e viver com as bicicletas. Trouxe-nos indubitavelmente um sentido mais ecológico à nossa forma de viver a cidade, de interagir com ela. Se calhar a ideia "readaptada" àquilo que se passava em algumas cidades lá fora, especialmente as holandesas, até faria algum sentido e seria de todo louvavel. Mas a realidade diz-nos que quando comparados com esses modelos, não passamos de uma autêntica anedota. A autoridade é complacente com estas atitudes. E muito sinceramente, parece-me que não há quem ponha mão nisto. Se o tráfego automóvel já era conotado com alguma arrogância, o ciclista também lhe está equiparado.
Será que não seria possível haver um protocolo conjunto entre as autoridades e a autarquia que solucionasse este problema? A cidade dispõe de muitos meios de divulgação de uma nova lei local que impeça este tipo de rebaldaria que parece cada vez maior. Nem se trata de obrigar os ciclistas a "tirarem a carta" ou de terem de "rematricular" as suas viaturas. Trata-se apenas de os sensibilizar para que as suas deslocações obedeçam inteiramente ao que está disposto no Código de Estrada e que as deslocações sejam feitas nos locais e nos sentidos apropriados. Julgo que com um pouco de boa vontade de todas as partes, poderíamos tornar a Capital da Bicicleta um pouco mais ordenada. Ou não?
3 comentários:
A carta de bicicleta que se tirava antigamente era assim: Ia-se à câmara e um animal que sabia menos que a gente fazia-nos umas perguntas, depois dava-se uma voltinha lá dentro a mostrar que se tinha equilíbrio e pronto. Não servia para nada, aquilo.
Boa noite,
Saúdo o aparecimento de mais um blogue aveirense, ainda para mais, com um nome tão sugestivo e que nos diz tanto.
Aproveito para agradecer a ligação ao Código da Vivência, a qual já fiz questão de retribuir.
Cumprimentos e bons posts.
Para Didas:
É verdade. Não servia mesmo para nada. No entanto, se bem se recorda, apesar de não servir para nada, não havia a "balda" que há hoje. Pelo menos, o circular-se de bicicleta, obrigava-nos a seguir os fluxos de tráfego, tal e qual como um automóvel, por exemplo. Hoje, parece que a cidade se "abriu" aos ciclistas, de tal forma que numa rua onde haja um sentido proibido, pode ter a certeza que se deparar com um ciclista em contramão, ele não só não se desvia "naturalmente" como ainda reclama a sua posição e "direito" de estar ali. :)
Para Nuno:
Não foi fácil pensar um nome "que nos dissesse muito" :)
Agradeço a sua adição. Apenas pretendo alertar a opinião pública local para estes "pequenos nadas" que coabitam connosco na nossa cidade.
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