segunda-feira, 19 de outubro de 2009

CTT

Longe vai o tempo em que a distribuição do correio era feita por dois ou três carteiros, que calcorreavam a cidade e que a conheciam como a palma das próprias mãos. Às vezes melhor até. É certo que (este longe resume-se há uns bons 30 anos - data em que me recordo disso)  a cidade não era o que é hoje. Era a Vera Cruz, a Glória, Esgueira ainda ficava depois da linha, embora já fizesse parte da malha urbana, mas onde tudo o resto era "para lá da 109" e onde "Santiago ainda não existia". A cidade terminava no Hospital ou no "Ciclo" e para além destes pontos, toda a correspondência era entregue a nível local e com "gente da terra". 

A cidade cresceu, modernizaram-se os procedimentos das entregas, a rapidez das mesmas acompanhou o progresso das tecnologias até que chegámos aos dias de hoje.

Hoje, já não há carteiros como outrora. Por estranho que pareça, o correio "perde-se" mais hoje do que antigamente o que contraria sobremaneira o avanço tecnológico que convive connosco actualmente. Mas se antigamente o carteiro fazia a distribuição de bicicleta (se o fizesse) , hoje essa entrega é efectuada em motociclos. Compreende-se a utilização desses veículos dada a expansão urbana que a cidade sofreu ao longo destes anos. Os quadros dos CTT alargaram-se, toda a política de gestão de recursos humanos foi naturalmente alterada, todas as necessidades da população vieram a ser correspondidas com um serviço mais rápido e adequado.

Porém, não são raras as vezes que me deparo com estas entregas a serem feitas com o carteiro "montado" na sua viatura, movimentando-se não na via pública (ruas, avenidas) mas sim no espaço destinado aos peões (passeios). É gritante a falta de civismo que mostram quando abordados para esta situação e muito recentemente, depois de ter alertado uma carteira para o facto de poder haver algum dia um acidente com uma criança ou um idoso que saísse de repente da sua porta de casa, tive como resposta um "qual é o problema?". Noutra vez, a senhora carteira, talvez se sentindo "ofendida" com a chamada de atenção, pura e simplesmente, "esqueceu-se" da entrega e fez-se à estrada de volta sabe-se lá para onde...


Não acredito que esta situação seja do conhecimento do chefe destes cavaleiros do asfalto. Não acredito que os senhores carteiros (e senhoras também) tenham umas cabecinhas tão ôcas que não compreendam (e ouçam) as queixas que lhes são feitas na hora. É absolutamente criticável um acto desta natureza, por muito que compreenda que haja muito correio para entrega e que cada um tenha horários para cumprir. 

Que raio! Será assim tão complicado deixar a "lambreta" no inicio da rua e fazer a distribuição como antigamente? Será por puro comodismo? Falta de preocupação com o ambiente? Indiferença para com os riscos que podem correr? Ou simplesmente desdém para quem anda nos passeios... a pé? É ridículo vê-los num pára-arranca constante de 5 em 5 metros...


Depois, muito naturalmente, ouvem-se os "onde é que anda a polícia numa hora destas?" pois a cidade, assim, tem tudo... menos urbanidade.

3 comentários:

Didas disse...

Isso faz-se assim: Vai-se aos correios centrais em Taboeira, pede-se o livro de reclamações e escreve-se. Péu! Foi o que eu fiz há tempos.

Ponte Praça disse...

Didas:

E resultou? Se sim, vou já lá amanhã! :) Mas provavelmente terei de ir mais vezes, pois quando se fazem queixas deste género, as coisas acalmam por uns tempos e depois voltam à (a)normalidade... :)

lookingforjohn disse...

Não quero jurar, mas penso que os carteiros são pagos em função do tempo que demoram a fazer a ronda - ou melhor, se a fizerem com rapidez é-lhes atribuída a hipótese de nova ronda no mesmo dia de trabalho, o que lhes duplica o salário...
Logo, a ser assim, há responsabilidade do chefe dos cavaleiros...