segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Por falar em avenida...

Não me querendo imiscuir na tarefa que os meus colegas bloguistas dos amigos da avenida decidiram levar em diante, e talvez remetendo-me à posição de mera curiosa e observadora, surgem-me de repente algumas questões.

Uma delas tem a ver com  o piso em paralelo. Será o mais adequado áquela artéria aveirense?

Este tipo de material não terá um desgaste assim tão grande. Ou pelo menos, tendo-o, notar-se-á a longo prazo. A erosão, o choque e as cargas constantes a que está sujeito, desgastam qualquer tipo de solo e o paralelepípedo não fugirá à regra. No entanto, estou em crer que há uma disparidade "morfológica" naquela avenida que a todos salta à vista: as árvores da placa central e o dito paralelo não "casam". Ou se casam estão sempre em conflito. Existem zonas onde se nota um abate, uma concavidade no piso que, pressupostamente não deveria existir. No entanto, em termos de escoamento de águas pluviais e outras, o material parece-me perfeitamente ajustado. O mesmo já não se pode dizer onde as superfícies pontualmente, se encontram desgastadas ou polidas, o que, à mais pequena travagem podem originar alguns problemas.

A meu ver, a Dr. Lourenço Peixinho, (perdoem-me os defensores mais acérrimos) não beneficia em nada com a presença de árvores daquele porte. O próprio mobiliário urbano (o pouco que vai existindo, especialmente os candeeiros) poderia já ter sido trocado por outros mais eficientes, menos altos, mas decididamente mais "luminosos". Se alguem eventualmente achasse que o verde beneficiaria aquele traçado, nada como uns arbustos. Uma fileira central numa avenida com duas faixas de rodagem em cada sentido e isenta de estacionamentos (alargando assim os passeios) seria mais que suficiente para se tornar uma avenida que, quanto a mim peca pela falta de traço, incaracterizada, portanto, num local mais aprazível, mais aberto, mais airoso.

Infelizmente, (mais uma vez uma opinião meramente pessoal) se a Avenida é uma referencia local, muito se deveria estudar, pensar, projectar e elevar, no sentido de se tentar caracterizar um espaço que - quanto a mim - merecia muito mais que uma total desorganização arquitectónica. Lamento dizê-lo, mas a nossa avenida será a mais feia que já vi na minha vida. A transição do velho para o novo não foi de facto bem conseguida, e tendo-se catalogado de interesse arquitectonico mais recentemente alguns (muitos) edificios em estado de deterioração cada vez mais evidente, compõe um quadro não me agrada de todo.

Se por um lado essa via se desertificou com a chegada do Fórum, por outro nada foi pensado "com pés e cabeça" para se recirar a avenida para algo menos comercial para algo, quiçá mais cultural ou lúdico. Admitiria de bom grado apenas os atravessamentos (alguns) existentes. Mas nunca a ideia radical de o vedar total ou quase totalmente, tornando-a numa "Rambla".

Infelizmente, não possuo meios suficientes para avaliar qual (ou quais) projectos foram pensados para aquela via. Apenas espero que isto tudo não se trate de mais um projecto de gaveta e que saia definitivamente do papel. Aveiro merece-o.

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